Pleno dezembro de 2023 e o assunto pets/fogos de artifício ainda é pauta. Infelizmente, não existem leis efetivas nem conscientização suficiente para entender o quanto de sofrimento os barulhos trazem não só para os animais como também para pequenos humanos mais sensíveis ou inseridos no transtorno do espectro autista.
A solução, por enquanto, é tentar minimizar os efeitos da tradicional (e desnecessária) forma de comemoração tão presente nas festas de fim de ano.
Passar por um dia bastante agitado que promova muitos gastos de energia é a primeira recomendação do comportamentalista canino e adestrador, Rapha Aleixo. “A recomendação que sempre dou aos tutores é que promovam passeios com bastante atividade física, usem e abusem dos treinamentos e também dos gastos mentais, além de manterem os cães entretidos com alimentos e brinquedos na hora dos fogos”, ensina.
Para se ter uma ideia do tamanho do estrago causado por barulhos muitas vezes ensurdecedores, enquanto os cães ouvem ruídos com frequência de até 45 mil Hz e os felinos são capazes de identificar sons ultrassônicos de 65 mil Hz, as pessoas chegam a apenas 20 mil Hz, ou seja, os animais captam ruídos tão agudos que são imperceptíveis à audição humana.
Outra dica para os tutores na hora da Virada é que mantenham seus animais em ambientes controlados como um quarto, uma sala fechada ou outro local onde o pet possa permanecer em segurança caso algo aconteça. É importante salientar que muitos casos de animais perdidos porque fugiram com o barulho acontecem nas festas de fim de ano.
“Gosto de fazer algumas recomendações dentro desse ambiente. Você pode deixar um aparelho antigo em alguma rádio fora de sintonia para emitir um som que chamamos de ruído branco. Ele tem a função de abafar os barulhos externos. Pode-se fazer ali também um enriquecimento ambiental para que o cão fique mordendo ou roendo algo”, disse Rapha.
Foi exatamente usando a técnica do ruído branco citada por Aleixo que a PremierPet desenvolveu áudios unindo sons de diferentes frequências em uma só combinação. Disponibilizados gratuitamente no canal da marca no YouTube, são três áudios que mascaram e reduzem ruídos de alta, moderada e baixa intensidade.
O de baixa intensidade é indicado para reuniões de família ou encontros com poucas pessoas. O de média, para barulhos próximos ao local em que o pet está (como festas na vizinhança, por exemplo) e tempestades. E o de alta, este sim, recomendado para fogos de artifício a uma curta distância ou festas no mesmo local em que o animalzinho está.
Rapha Aleixo também afirma ser importante que os cães e gatos não fiquem soltos pela casa para que não se machuquem tentando se esconder e até mesmo pular pela janela para fugir do barulho.
De qualquer forma, o ideal, ainda de acordo com ele, é que cães e gatos possam passar por treinamentos e adaptações gradativas ao barulho para que consigam manter comportamentos tranquilos e não se abalarem em situações de festas e comemorações.
O que não se deve fazer
Colocar algodão no ouvido dos animais, pegar os bichinhos no colo ou enrolá-los em algum pano na tentativa de acalmá-los estão entre os procedimentos que devem ser evitados no momento das festas e no auge dos barulhos.
De acordo com o comportamentalista, o algodão não abafa o som e pode ser esquecido no ouvido dos pets, provocando problemas maiores como a proliferação de fungos e bactérias em um ambiente úmido e fechado.
Já o ato de pegar no colo pode reforçar o comportamento de medo e o “embrulhar” em um pano pode gerar ansiedade. “Essa última técnica pode até funcionar se for inserida em um contexto de treinamento. Porém, se só utilizarmos o material para enrolar o cãozinho no momento dos fogos, o que ele entende? Naturalmente, você cria um processo de ansiedade nesse cão, ou seja, colocou aquilo, vai começar a estourar os fogos. Ao invés de ser algo bom, se torna algo ruim. Diferentemente de quando fazemos reforços positivos vinculados ao barulho.”
Dicas para utilizar os áudios da PremierPet ou os ruídos brancos
- Logo que o barulho começar (e não antes), dar o play no áudio e colocar o cão ou gato a poucos metros da caixa de som
- Não é aconselhável utilizar o áudio por mais de 30 minutos, ou seja, nada de deixar o som em looping
- Não deixar o animal sozinho e mantê-lo em ambiente protegido, se possível com janelas e portas fechadas
- Agir normalmente para que o pet entenda que está em um ambiente seguro